O setor aéreo enfrenta o desafio crescente das emissões de dióxido de carbono (CO2), que aumentaram quase 3% anualmente nos últimos 25 anos, conforme a Agência Internacional de Energia. Nesse cenário, as companhias aéreas buscam ativamente o net zero, a neutralidade em emissões de gases de efeito estufa (GEE), e a Azul destaca-se ao ter sua meta de redução de GEE aprovada pelo Science Based Targets Initiative (SBTi), uma entidade global que certifica a validade científica dos planos de descarbonização.
O compromisso da Azul com o net zero até 2045
A Azul almeja ser net zero até 2045, cinco anos antes da média esperada para o setor. A companhia tornou-se a única empresa latino-americana de aviação com planos de neutralidade aprovados pelo SBTi. A meta é ambiciosa e clara, refletindo a crescente importância das mudanças climáticas no setor aéreo.
Filipe Alvarez, gerente de sustentabilidade da Azul, destaca que a mudança climática entrou na pauta da empresa por volta de 2016, quando foi criado um programa de eficiência de combustível. A descarbonização não é apenas uma resposta à pressão do mercado; ela também tem implicações financeiras, pois menos combustível fóssil queimado resulta em operações mais econômicas.
Estratégias para redução de emissões de carbono em 2030
Em 2023, a Azul elaborou um plano estratégico para construir metas baseadas em ciência. Aprovado, o objetivo visa a aumentar a eficiência operacional considerando o aumento da temperatura terrestre em até 1,5ºC. O Programa de Eficiência de Combustível (PEC) da Azul, com mais de 50 projetos em diferentes estágios, desempenha um papel crucial. Além disso, a renovação da frota com aviões mais modernos é uma estratégia principal para a redução de emissões até 2030.
Renovação de frota e aviões elétricos: o futuro sustentável
A renovação de frota é uma prioridade para a Azul, intensificando-se a partir de 2030. A empresa está atenta ao mercado de aeronaves elétricas, planejando introduzir alguns aviões elétricos até o final da década de 2030. Filipe Alvarez prevê que, nesse período, o biocombustível desempenhará um papel crucial.
Uso de biocombustíveis e compensação de carbono
Para tornar o uso de biocombustíveis mais acessível no Brasil, a Azul está participando ativamente de fóruns e estabelecendo parcerias com empresas e startups de pesquisa. A estratégia inicial é focar na redução de emissões, com a compensação prevista para começar nos padrões internacionais em 2027. A compensação em larga escala é esperada por volta de 2035.
A Azul reconhece que a sustentabilidade deve ser “sistêmica e holística”. Apesar dos desafios, a empresa está proativamente buscando soluções, colaborando com produtores e parcerias nacionais para fortalecer a indústria de soluções baseadas na natureza.
Histórico da Azul e compromisso com sustentabilidade
A Azul destaca-se como uma empresa comprometida com a sustentabilidade, impulsionada não apenas pela pressão do mercado, mas pelo compromisso pragmático com a percepção de negócio e excelência no atendimento. Seu histórico inclui a abertura de capital em 2017, quando a governança e metas de redução de emissões tornaram-se focos estruturados.
Desde 2019, a Azul reporta suas emissões na plataforma do GHG Protocol, refletindo transparência e metas de redução de emissões aprovadas e divulgadas publicamente.
A Azul, ao enfrentar os desafios climáticos, posiciona-se não apenas como uma companhia aérea, mas como uma força motriz para o desenvolvimento de tecnologias baseadas na natureza, enfatizando seu compromisso com a sustentabilidade e seu papel na construção de um futuro mais verde e eficiente.
Com informações da EXAME.