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Quase metade dos brasileiros não reconhece o impacto de suas ações na saúde do oceanos

Apesar da constante divulgação de notícias sobre a importância da conscientização da sociedade em direção a hábitos que ajudem a evitar a poluição dos oceanos, apenas 34% das pessoas compreendem que suas ações influenciam diretamente a saúde ambiental dos mares e, pior que isso, 40% acreditam que suas atitudes não têm nenhuma relação com isso.

Esses dados são resultados da pesquisa “Oceano sem Mistérios: A relação dos brasileiros com o mar”, promovida em 2022 pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em parceria com a UNESCO e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A pesquisa permite compreender como a sociedade entende a influência do oceano no cotidiano e os impactos que suas atividades provocam nos ambientes costeiros e marinhos. Conhecer melhor essa realidade é fundamental para desenvolver políticas públicas e estratégias de comunicação e engajamento mais eficientes para sensibilizar a sociedade e promover mudanças.

Ao detalhar hábitos e comportamentos praticados pelo brasileiro no dia a dia, a pesquisa mostrou a população dividida em relação a algumas práticas sustentáveis. O percentual de pessoas que priorizam com frequência compras com menor impacto na natureza e no oceano foi de 48%. Para 22% dos entrevistados, a prática ocorre somente às vezes, e 11% raramente. O porcentual de pessoas que nunca se preocuparam com essa questão foi de 18%.

Outro aspecto investigado foi o uso de plásticos de única utilização. Apenas 35% dos brasileiros afirmam sempre evitar o uso de canudinhos e copos plásticos descartáveis, enquanto 12% evitam a maioria das vezes e 20% somente às vezes. O consumo nunca é evitado por 19% dos entrevistados e raramente por 13% dos entrevistados.

Dados preocupantes

Os dados da pesquisa explicam o motivo de cerca de 80% da poluição encontrada no mar vem do continente. Se fizermos projeções a partir deles, chegamos a resultados preocupantes.
Considerando que cerca de 68 milhões de brasileiros não evitam o uso de copos plásticos e estimando que cada uma delas faça uso de três unidades de 200 ml por semana, chega-se a mais de 10,6 bilhões de unidades por ano.

A pesquisa também ouviu a opinião dos entrevistados em relação à atuação do Brasil para a conservação do oceano. Para 41%, a atuação brasileira é negativa, enquanto 31% consideram a atuação neutra – nem positiva, nem negativa. Ao mesmo tempo, os resultados são promissores para uma mudança de cenário.

Para 57% das pessoas, a melhor forma de atuar em favor da conservação do oceano é pela comunicação, se engajando como apoiador e/ou agente de divulgação. Ainda conforme o questionário do estudo, em uma escala de 0 a 10, a intenção de mudar hábitos pelo bem do oceano atinge a média de 8,3. No entanto, apenas 25% estão dispostos a colocar a mão na massa pela mudança, ainda que a maioria dos entrevistados (72%) identifiquem a poluição como o maior problema que ameaça a saúde do oceano.

Esse resultado mostra ainda que estamos muito longe do cenário ideal necessário para promover as mudanças emergenciais que o nosso planeta precisa, e destaca o desafio de desenvolver uma cultura que estimule como isso pode ser feito, reforçando como o meio ambiente influencia e é influenciado pelas ações da sociedade. Tudo e todos estão interligados em busca de um oceano limpo, saudável, sustentável e resiliente.

Sobre a pesquisa

Foram realizadas 2 mil entrevistas com pessoas entre 18 e 64 anos, de ambos os gêneros e todas as classes sociais, nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2,2% para um nível de confiança de 95%.

Fonte: Exame