Essa excelente notícia foi anunciada recentemente por um grupo de especialistas, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Isso quer dizer que, se as políticas globais permanecerem em vigor, espera-se que a camada de ozônio se recupere até 2040 na maior parte do mundo.
A recuperação é fruto da assinatura do Protocolo de Montreal, em 1989, que se configurou como uma cooperação internacional após a descoberta do buraco na camada de ozônio causada pela produção e consumo de certos produtos químicos, como os clorofluorcarbonos (CFCs).
Em 2016, uma emenda ao Protocolo de Montreal exigiu a eliminação progressiva da produção e consumo de alguns hidrofluorcarbonos. Esses HFCs não atacam diretamente a camada de ozônio, mas são poderosos gases de efeito estufa e contribuem para acelerar a mudança climática e o aquecimento global.
A ação tomada para a proteção da camada de ozônio reforçou uma resposta mais pesada à crise climática e o combate ao aquecimento global. Isso porque os CFCs, além de destruírem o ozônio estratosférico, também são gases de efeito estufa e seu uso contínuo e descontrolado teria aumentado as temperaturas globais em até 1°C até meados do século, piorando a situação terrível que vivemos, onde as concentrações dos gases que aquecem o planeta ainda não estão diminuindo.
Apesar das boas notícias, o grupo faz um alerta sobre o uso de novas tecnologias para combater o aquecimento global, como as criadas na geoengenharia. Uma dessas técnicas conhecida como SAI – Stratospheric Aerosol Injection – pretende adicionar intencionalmente alguns aerossóis na estratosfera na intenção de reduzir o aquecimento climático, aumentando a reflexão da luz solar. Entretanto, ainda que não de forma intencional, o SAI também pode afetar as temperaturas estratosféricas, a circulação e a produção de ozônio, além das taxas de destruição e transporte.
O sucesso na eliminação gradual de produtos químicos que comem ozônio nos mostra o que pode e deve ser feito com urgência para abandonar os combustíveis fósseis, reduzir os gases de efeito estufa e, assim, limitar o aumento da temperatura. E, mais que isso, mostra também como a natureza responde às nossas iniciativas de recuperação.