Até eles correm perigo. 🙁
A Austrália incluiu oficialmente os coalas na lista de espécies ameaçadas de extinção em função das mudanças climáticas. O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Sussan Ley, no dia 11/02/2022, que prometeu um plano de ação sem precedentes para proteger e recuperar a espécie ícone do país.
A população de coalas australianos, que antes do anúncio já era considerada como vulnerável, vem sofrendo há duas décadas com uma série de ameaças envolvendo incêndios e cortes de árvores em seu habitat natural, secas prolongadas, além de doenças.
Explorados há mais de 100 anos
Desde 1888, coalas são explorados em função da sua pele impermeável, que era exportada para a Europa e América do Norte para confecção de itens de vestuário como chapéus, luvas e casacos. Em agosto de 1927, mês conhecido pelos australianos como “Black August”, foram mortos 800.000 coalas apenas no estado de Queensland.
Ao todo, de acordo com estudo da Australian Koala Foundation, mais de 8 milhões de coalas foram mortos entre 1888 e 1927 para atender a demanda. Para se ter uma ideia da magnitude da exploração, é estimado que existam menos de 80.000 coalas vivendo na Austrália atualmente.
A situação só mudou quando, em 1924, o governo australiano declarou os coalas como “espécie sob proteção” após grande mobilização da população em prol da causa.
No entanto, isso não foi o bastante. Frente aos incêndios e secas recentes, causados pelas mudanças climáticas, o governo declarou a espécie como “extinta funcionalmente”. Isso significa que a população de coalas não só não representa mais um papel significante no ecossistema, como também se torna inviável, uma vez que não há indivíduos o bastante para sustentar a capacidade reprodutiva da espécie.
Aquecimento global e a diminuição da população de coalas
Só nos últimos três anos, estima-se que o país perdeu cerca de 30% da população da espécie, de acordo com o estudo da Australian Koala Foundation.
Embora calcular o número exato de coalas existentes seja difícil, especialistas estimam que a população encolheu pela metade no estado de Queensland na última década. Já Nova Gales do Sul perdeu um terço de seus coalas, que morreram durante os incêndios devastadores de 2019.
Em 2020, especialistas já haviam alertado que os coalas corriam o risco de serem extintos até 2050, a menos que o governo tomasse medidas urgentes de proteção à espécie.
Ainda assim, muito pouco havia sido feito até então, motivo que rendeu muitas críticas da população e grupos envolvidos com a causa.
Investimentos no combate à extinção
Com o anúncio da inclusão dos coalas na lista de animais em extinção, Scott Morrison, primeiro-ministro australiano, afirmou que serão investidos 50 milhões de dólares australianos no plano de recuperação e conservação da espécie nos próximos 4 anos.
“Nosso investimento de $50 milhões aumentará a proteção dos coalas, restaurando seu habitat, melhorando nossa compreensão das suas populações, apoiando o treinamento para cuidar da espécie e também fortalecendo a pesquisa sobre sua saúde”, disse o primeiro-ministro.
Apesar da notícia ter sido bem recebida pelos apoiadores da causa, ela é controversa, pois ainda que seja uma quantia significativa de investimentos para uma única espécie, este valor não aborda todas as questões envolvidas na ameaça de extinção dos coalas.
É necessário também estabelecer leis mais rígidas, combater a mudança climática no país, além de incentivar proprietários de terras a proteger o habitat desses animais. Só assim o problema será resolvido de uma vez.
Fontes: Forbes | Conexão Planeta | G1 | Primeiro-Ministro da Austrália | Fundação Koala Australiana