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Brasil deve reciclar 155 mil toneladas de chumbo até 2023

As metas são progressivas, estimando recolhimento e envio para reciclagem de mais de 16 milhões de baterias automotivas de chumbo ácido até 2023.

Através de um acordo intersetorial firmado no ano passado entre a Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (Abrabat), a Associação Nacional dos Sincopeças do Brasil (Sincopeças-BR), o Instituto Brasileiro de Energia Reciclável (Iber) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), foi implementado um sistema de logística reversa de baterias automotivas de chumbo ácido.

Neste acordo, fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de baterias deverão oferecer serviços de coleta, transporte, armazenamento e destinação final ambientalmente adequada deste resíduo. Importante frisar que o consumidor também faz parte do ciclo, uma vez que ele deve, voluntariamente, entregar as baterias inservíveis nos pontos de coleta.

Com estas medidas, espera-se que até 2023 155 mil toneladas de chumbo, retiradas de mais de 16 milhões de baterias automotivas, sejam recicladas. Segundo a Abrabat, o setor de baterias de chumbo ácido gera, anualmente, cerca de 300 mil toneladas de itens que ficam sem uso.

“O acordo de baterias de chumbo ácido vai permitir que, ao final de quatro anos de implementação, o sistema consiga recolher 16 milhões de baterias todos os anos, o que representa 155 mil toneladas de chumbo reciclados”, ressalta o secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), André França.

Proteção ao meio ambiente e economia

Além de prevenir a contaminação do solo e das águas, esta medida contribui para reduzir a dependência da importação de chumbo para a fabricação de novas baterias, sendo um exemplo de sustentabilidade. “O Brasil é dependente de chumbo, ou seja, tem de importar esse metal pesado. Depois que esse sistema estiver implementado, ele vai suprir 75% da demanda nacional do setor. Isso é logística reversa, você reinsere na cadeia produtiva um produto que já não tem mais utilidade, como é o caso de uma bateria já exaurida”, pontua André França. Além do chumbo, a reciclagem das baterias automotivas também permite que outras matérias-primas, como o plástico e o ácido sulfúrico, retornem à cadeia produtiva.

Perigos

As baterias de chumbo ácido representam uma ameaça potencial à saúde humana e ao meio ambiente, quando descartadas incorretamente. Os dois principais componentes dessas baterias são o ácido sulfúrico e o chumbo, substâncias altamente poluentes e que contaminam rios, lagos e águas subterrâneas, quando descartadas no ambiente.

Esses componentes são utilizados na fabricação de baterias porque possuem, entre outras vantagens, baixo ponto de fusão e alta resistência à corrosão. Por isso, enquanto o homem não descobrir outros componentes que possam substituir estes com a mesma eficácia, é papel de todos contribuir para o descarte adequado, para que a saúde do meio ambiente não seja comprometida.