Apesar dos papéis serem feitos a partir de madeira reflorestada, extração e fabricação causam impactos que comprometem a biodiversidade das matas e vazão das nascentes.
De diferentes gramaturas, tamanhos e cores, ele sempre está no nosso dia a dia de alguma forma. Utilizado para anotar recados, estudar ou levar mensagens, o papel é um material muito utilizado, ainda que o método online ajude na economia do material.
Aliás, em relação ao impacto ambiental, muitas pessoas associam à extração da madeira, responsável pela celulose, matéria-prima do papel. Porém, há um dado ainda mais alarmante em relação ao ciclo do papel. Segundo o Instituto Akatu, organização não-governamental que trabalha para um consumo consciente, a cada um quilo de papel produzido, 540 litros de água são utilizados. Ou seja, se uma empresa que consome 600 mil folhas de papel por ano, imprimir os documentos em frente e verso, é possível gerar uma economia 384 mil litros por ano, o equivalente ao abastecimento para 30 famílias no mesmo período.
Gasto de água exagerado
Após a extração da celulose dos troncos, o material passa por diversas etapas de lavagem, cozimento e pressurização, o que corresponde a até 100 mil litros de água. Além disso, segundo dados da organização mundial Water Footprint Network, para a produção de cada folha de papel A4 são gastos por volta de 10 litros de água. Mas, mais do que alto volume utilizado, a fabricação do papel prejudica os afluentes e córregos no entorno as áreas de extração da celulose.
Reflorestamento ambiental
A fim de diminuir o desmatamento e comércio ilegal de madeira, a indústria do papel vem adotando o método de reflorestamento, uma forma de não destruir florestas naturais a fim de produzir papel. No Brasil, por exemplo, essas áreas são constituídas de espécies como a pinus e o eucalipto, segundo dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Mas, apesar de ter um viés ambiental que visa diminuir o desmatamento de florestas nativas, essa prática prejudica o seu entorno. As áreas em que as árvores são plantadas sofrem as consequências de uma monocultura, ou seja, desmatamento, redução de fauna natural local, compactação do solo, assoreamento de rios, diminuição de nutrientes no solo e impedimento da vazão de córregos e nascentes. Além disso, ainda compromete a biodiversidade das matas e a economia local, já que diminui a geração de novos empregos.
Branqueamento do papel
Para atingir a cor em que estamos acostumados ver a folha de papel A4, a celulose passa por inúmeras fases de lavagem, em que são utilizados reagentes químicos. Além disso, o procedimento influencia a liberação de gases tóxicos que geram resíduos líquidos conhecidos como efluentes, tão contaminados que passam por um tratamento específico antes de serem descartados.
No Brasil, para esse processo de branqueamento muitas empresas utilizam o cloro, o que gera muita reclamação de ONGs e institutos de proteção ambiental, mas a mudança por outro aditivo químico ainda não aconteceu. Na Europa essa substância já foi substituída pelo oxigênio.
Repense seus atos
Viver totalmente sem o papel é impossível, mas é possível utilizá-lo com consciência, repensando seus atos. Em plena Era Digital, o ideal é fazer uso de documentos, contas e faturas de forma digital, evitando imprimir os papéis ao máximo e ajudando o meio ambiente a se manter mais limpo e menos poluído!