O tradicional arroz que acompanha feijão, bife, salada, batata ou frango, passa por muitos processos que nem sequer é possível imaginar. Muitas podem ser as suas variações, até por culpa de um efeito bastante conhecido, mas que pouca gente presta atenção: o chamado efeito estufa.
O efeito estufa tem o poder de influenciar o cultivo de milhares de hectares no Brasil, e fazer com que o tempo de desenvolvimento, qualidade, tamanho e outros, sejam altamente influenciados.
Pode parecer bobagem, mas a poluição e as altas temperaturas que o efeito estufa nos submete, não somente faz grande mal à nossa saúde como também das plantas, e por consequência, do cultivo de arroz.
Mudança climática e arroz: O que eles têm em comum?
Diante das atividades realizadas pelo homem nos vários campos do comércio e atividade industrial, os níveis de Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4) e Óxido Nitroso, aumentam continuamente na atmosfera terrestre, gerando o efeito estufa, responsável pelo aumento de calor que prejudica a inúmeros cultivos. Tal química causa mal estar na população e agrava transmissões de doenças.
O chamado CO2, a princípio, é considerado bom para a fotossíntese. Ajuda no crescimento e rendimento das culturas, pois é o principal “alimento” da planta. Contudo, a concentração desses gases cria uma película impermeável na qual o ar se torna mais seco, denso e carregado de poluição, e claro, a temperatura se eleva uma vez que o ar quente se acumula sem escape.
Tal efeito sobre as plantas é desastroso demais, visto que encurta o seu desenvolvimento e causa males aos órgãos reprodutivos.
Um exemplo disso é o Rio Grande do Sul, o Estado brasileiro que mais produz arroz, respondendo por 69% do arroz distribuído de norte a sul. O Estado cultiva por ano, cerca de 1,1 milhão de hectares de arroz. Conforme estudos sobre os impactos das mudanças climáticas na agricultura brasileira.
Segundo parte destes estudos voltada para o cultivo de arroz irrigado, o aumento das temperaturas provocado pelo efeito estufa, fez com que boa parte deste cultivo tivesse o seu tempo de vida útil reduzido drasticamente. Só no Rio Grande do Sul, a temperatura aumentou por conta do efeito estufa em torno de 2 a 3 graus.
Tais estudos descobriram que, quanto maior a temperatura provocada pelo efeito estufa, mais a planta se vê obrigada a respirar, e com isso, tem o seu desenvolvimento acelerado. Quanto mais acelerado, menor a qualidade dos grãos, resultando que maior tem de ser a irrigação para conter este processo.
Sem o devido tempo, o arroz rende menos na colheita e, portanto, menos na mesa do brasileiro.
Algumas técnicas agrícolas são, no entanto, testadas ano a ano, a fim de conter os efeitos das mudanças climáticas. Uma delas é a SimulArroz, um projeto que teve início em 2003, por meio do Grupo de Agrometeorologia da UFSM. Este projeto visa experimentos de várias técnicas aplicadas à lavoura de cultivo de arroz em condições das mais diversas.
A ideia, frutos de outros experimentos realizados em cultivos de arroz na Ásia, deu resultados e favorece o equilíbrio da lavoura em condições climáticas inconstantes.
Bom para o agricultor, para as exportações e melhor ainda para o brasileiro.