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A história dos aerossóis e seu correto descarte

www.istockphoto.com/photo/aerosol-can-2690934

O aerossol é um sistema que consiste em uma embalagem que permite ser pressurizada, onde temos no interior uma mistura de um produto (tintas, desodorante, odorizadores de ambiente, inseticidas etc) e um gás propelente. Essa mistura permanece no interior da embalagem por meio de um dispositivo que chamamos de válvula. Ao pressionarmos essa válvula, a mistura de produto e gás é liberada para a atmosfera sob a forma de spray (pequenas partículas dispersas no ar).

Em meados de 1926, o Sr. Eric Rotheim, um engenheiro e inventor norueguês, propôs o primeiro projeto de lata de aerossol. No começo, essa nova invenção resultou em um grande fracasso. Porém, no final da Segunda Grande Guerra foi introduzida a utilização de inseticidas em aerossóis e, só então, o potencial desta invenção foi reconhecido.

Depois, diversas patentes foram conferidas, aprimorando assim diversos aspectos fundamentais do aerossol, como suas formulações, gases, sistemas, embalagens e outros.

Por diversos anos, foi utilizado como gás propelente o CFC – R12 (clorofluorocarboneto), o qual apresenta grande potencial de agressão à camada de ozônio e grande impacto ao aquecimento global. Além destas sérias características, o CFC tem como agravante um tempo de vida aproximado de 120 anos, acarretando em anos de destruição do ozônio.

Após anos de estudos e debates científicos, em 1987, durante uma convenção em Viena pela proteção da camada de ozônio, foi emitido um tratado internacional, conhecido como Protocolo de Montreal. A partir de então, deixou-se aberta a adesão pelo comprometimento à substituição do uso do CFCs e mais de 150 países aderiram ao protocolo, diminuindo significativamente o uso deste gás.

Segundo ranking divulgado pela divisão de estatísticas das Nações Unidas, o Brasil é o quinto país que mais reduziu o consumo de CFCs após o protocolo.

Atualmente, diversos estudos realizados por várias universidades do mundo, como a Universidade Nacional Autônoma do México, Instituto para Estudos Ambientais da Universidade de Vrije, em Amsterdã, entre outras, apontam que tal diminuição na utilização de gases que destroem a camada de ozônio, diretamente ligada a proibição do uso dos CFCs, tem surtido resultado e já se nota uma desaceleração no aumento da temperatura global desde o meio da década de 1990.

Substituindo os gases CFCs, hoje são usados como propelente nos aerossóis o gás GLP (hidrocarbonetos), considerado um gás inócuo ao meio ambiente, uma vez que não sofre nenhum tipo de reação química no ar e é incapaz de atingir as camadas mais altas da atmosfera devido sua densidade.

Apesar destes gases não serem agressivos à camada de ozônio e terem pouquíssimo potencial de aquecimento global, eles são altamente inflamáveis. Dessa forma, o aerossol é caracterizado como resíduo potencialmente perigoso com algumas particularidades, devido aos gases inflamáveis e também à embalagem estar sujeita a uma grande pressão interna. Mesmo as latas “vazias” de pós-consumo precisam de uma destinação correta, pois ainda contém um residual do produto (risco químico) e do gás propelente, que são suficientes para ocasionar explosões de grandes magnitudes.

Assim, para evitar acidentes e não contaminar o meio ambiente, é extremamente importante fazer a despressurização do aerossol em condições adequadas de segurança e tratamento de tudo que o compõe de forma separada: gás, líquido, embalagem, tampa, válvula etc.

Tal tratamento deve ser realizado por empresas especializadas em engenharia reversa de aerossóis e devidamente licenciadas para este resíduo. Este é o caso da Dinâmica Ambiental, empresa com Sistema de Gestão Integrada ISO 9001, 14001 e 18001 e que possui licença de operação ambiental específica para todos os tipos de aerossóis.

É imprescindível a conscientização da população de modo geral, pois embalagens de aerossóis descartadas de forma inadequada podem ocasionar sérios problemas, colocando em risco as pessoas e o meio ambiente, como os diversos acidentes que temos acompanhado nos últimos tempos.