O envolvimento proativo dos conselhos de administração na implementação de práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) contribui significativamente para a credibilidade das empresas, de acordo com uma pesquisa exclusiva conduzida pela consultoria Russell Reynolds, divulgada pelo Estadão.
A pesquisa destaca que conselhos que investiram precocemente e de maneira intensiva na construção de uma cultura sustentável alcançaram seus objetivos em até metade do tempo. Empresas que estruturam processos para impulsionar a evolução da agenda ESG atingem a maturidade muito mais rapidamente em comparação com aquelas que seguem uma abordagem linear, levando cinco a dez anos para ver resultados.
Quando o diálogo entre os conselheiros e a equipe é eficaz, as iniciativas ESG são ponderadas e produtivas, integrando-se completamente aos negócios a longo prazo. Isso elimina a necessidade de convencer uma equipe que pode ver a mudança como custo, não como um valor agregado ao negócio.
O levantamento destaca também ações-chave do conselho para impulsionar a sustentabilidade. Entre elas, incluir todos os cargos de alta liderança na implementação para facilitar o diálogo e garantir que o tema seja uma responsabilidade constante, mesmo quando não é uma tarefa explícita.
O sócio-diretor da Russell Reynolds Associates, Jacques Sarfatti, enfatiza que o conselho não precisa se tornar especialista, mas deve ter uma compreensão básica de como as práticas sustentáveis podem criar valor e reduzir riscos. Ele ressalta a importância de agir proativamente, não apenas ser favorável à agenda.
O que fazer na prática?
Identificar diferenciais: Empresas devem identificar seus diferenciais e áreas de vantagem competitiva para maximizar o valor social e financeiro de suas operações.
Educação contínua: Conselhos devem educar continuamente os diretores sobre a evolução da agenda ESG globalmente e visualizar a empresa através da perspectiva de sustentabilidade.
Métricas claras: Estabelecer metas e métricas claras para monitorar o progresso é crucial. Empresas específicas em suas metas são mais confiáveis do que aquelas que compartilham objetivos gerais.
Liderança ativa: A liderança deve valorizar a sustentabilidade. Empresas mais avançadas nomeiam defensores ativos da agenda, com histórico de liderança corporativa sustentável.
A pesquisa destaca que a evolução da sustentabilidade depende da liderança comprometida, desde o recrutamento até o gerenciamento de desempenho. Adotar uma mentalidade de sustentabilidade desde o início da jornada sustentável contribui para um progresso mais efetivo.
Com informações do Estadão.