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A degradação das condições de vida, induzida pela exploração irracional dos recursos naturais e despejo de resíduos no meio ambiente, é uma realidade que a sociedade humana não pode mais ignorar.
A exploração dos recursos naturais há décadas ultrapassou a capacidade que a natureza tem de provê-los. Ao mesmo tempo, o descarte de resíduos da produção e do consumo no meio ambiente tem contribuindo para a degradação do meio ambiente como um todo. Juntas, essas duas variáveis compõem uma combinação dramática e preocupante no sentido da ameaça a todos os tipos de vida existentes no planeta.
O enfrentamento desse problema requer um conjunto de iniciativas que mobilizem o poder público, a sociedade e as empresas. A reciclagem, a reutilização de materiais e o reaproveitamento de resíduos são os ingredientes principais da receita que pode mudar a história em curso, escrita pelo descuido humano com o planeta.
Por meio desses processos, o material que seria descartado na natureza ganha nova vida e utilidade — seja entrando na composição de outros produtos, seja sendo transformado para gerar novos bens, seja sendo reaproveitado em outra finalidade.
O importante é que em todas essas situações o descarte de resíduos na natureza e a extração de recursos naturais sejam drasticamente reduzidos — o que, com o tempo e a intensidade das medidas, vai reequilibrar a relação entre a demanda da indústria humana e a capacidade da natureza de prover os recursos necessários à atividade econômica. Além disso, essas ações contribuirão para a melhora das condições ambientais.
Coprocessamento de resíduos na indústria e cimento
Uma iniciativa a ser comemorada nesse sentido, em função do potencial de controle sobre a emissão de resíduos no meio ambiente, é a da indústria de cimento. Isso porque existe um processo chamado coprocessamento, em que as empresas submetem seus resíduos a uma avaliação que identifica se eles são adequados para reutilização pela à indústria de cimento.
Vantagens do coprocessamento
A principal vantagem do coprocessamento na indústria de cimento é que essa ação é capaz de absorver uma grande quantidade de resíduos, transformando-os em combustível para alimentar o forno que processa o calcário e a argila, transformando-os em clínquer — que é a matéria prima utilizada para a produção do cimento.
Além de superar as exigências quanto ao nível de segurança padrão para a destruição de resíduos, cumprindo todos os parâmetros nesse quesito, o coprocessamento de resíduos na indústria de cimento contribui direta e indiretamente para a geração de empregos e renda.
Para as empresas que podem contar com o descarte e destruição de resíduos, esse processo simplifica os custos administrativos e facilita a obtenção da certificação da empresa com relação ao cumprimento da legislação ambiental, por meio do certificado de destruição total.
Desvantagens do coprocessamento de resíduos
Apesar de todo o benefício trazido ao meio ambiente, também existem desvantagens do coprocessamento de resíduos. Isso porque há quem sustente que a clinquerização, processo de produção do clínquer, perde estabilidade. Além disso, o coprocessamento gera um custo à empresa produtora de cimento, que precisa adquirir novos equipamentos e alinhar suas linhas de produção ao novo modelo. Mesmo assim, não é nada que os governos não possam resolver, particularmente a partir de políticas de isenção.