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Marfim 3D salva obras de arte antigas – e elefantes

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Objetos e móveis históricos podem ser restaurados perfeitamente com um marfim artificial de alta tecnologia.

Inestimável para projetos de restauração, o marfim de elefante foi frequentemente usado em obras de arte importantes, especialmente na China antiga, por milhares de anos. Agora, a criação do marfim digital pode ajudar a prevenir a caça furtiva que ameaça a sobrevivência de elefantes selvagens em muitas partes do mundo.

Batizado de Digory, uma mescla de “digital” com “ivory”, que quer dizer marfim, em inglês, a peça é uma mistura translúcida de resina acrílica sintética e partículas de fosfato tricálcico que parecem idênticas ao marfim animal, podendo ser impressas em 3D em alta resolução.Tanto que já foi usada para restaurar obras de arte históricas que incluíam o original, feito de presas.

Substituto de alta qualidade e amigo dos animais

Outros marfins sintéticos existem, mas os pesquisadores dizem que Digory é o primeiro que pode ser impresso em 3D em alta resolução com uma técnica chamada estereolitografia, usando luz laser para reticular polímeros dentro da “tinta” 3D para construir formas complexas camada por camada.

Foi necessária uma série de experimentos até encontrar a fórmula certa para o marfim sintético. Com isso, o Digory possui as mesmas propriedades ópticas e mecânicas do marfim de elefante, e pode, inclusive, ter a mesma cor em qualquer formato. Dá para ser polido, esculpido, perfurado ou colado, exatamente como a versão original. Até as veias escuras frequentemente visíveis no marfim natural mais antigo podem ser reproduzidas com uma mistura de tinta que incorpora chá preto.

Cientistas especializados em materiais bioinspirados, ou seja, cujo desenvolvimento busca inspiração na natureza, acreditam que o processo aditivo de impressão 3D é ideal para o material e a reprodução econômica tanto de designs antigos intrincados, como para a fabricação de novos designs elaborados.

O comércio de marfim de elefante é amplamente proibido no mundo todo desde 1989, em um esforço para proteger as populações de elefantes em declínio em parte pela caça ilegal para suas presas – fato que acabou por tornar a peça extraordinariamente cara.

Na contrapartida, os criadores deste marfim digital acreditam que ele pode tornar o reparo, a restauração ou a replicação de objetos históricos, culturais ou religiosos mais fáceis, precisos e econômicos e já planejam comercializá-lo e desenvolver um serviço de digitalização e impressão de artefatos. Sem dúvidas, o Digory parece mesmo ser um aliado promissor na prevenção à caça ilegal, ajudando a restaurar a arte histórica e criar objetos de maneira rápida, conveniente e, principalmente, ética.

Fontes: Chemistry World | C|NET

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