40% de suas águas residuais já são recicladas e a ideia é aumentar ainda mais essa porcentagem.

Cingapura é uma cidade-estado com recursos naturais muito limitados. Para o abastecimento de água, por exemplo, depende basicamente da vizinha Malásia. Por isso, mirando na autossuficiência, o governo decidiu enfrentar o problema com um sistema avançado de tratamento de esgoto, envolvendo uma rede de túneis, usinas de alta tecnologia e ventiladores de ar.

Colete cada gota e reutilize-a indefinidamente

Essa é a estratégia de gestão da água aplicada por lá, e que consiste em três partes: a primeira é coletar cada gota de água possível, a segunda é reutilizá-la indefinidamente e a terceira é fazer a dessalinização, que é transformar a água do mar em água potável.

No entanto, especialistas acreditam que reciclar águas residuais é mais barato e mais efetivamente energeticamente que dessalinizar a água do mar. É isso que está fazendo uma usina de tratamento na cidade de Changi, para enfrentar a escassez de água.

Água tão limpa que é própria para consumo humano

Usando a mesma tecnologia da Estação Espacial Internacional, a usina opera num labirinto arquitetônico de tubos, tanques e sistemas de filtragem com capacidade para tratar 900 milhões de litros de água usada por dia – o suficiente para encher uma piscina olímpica a cada 24 horas durante um ano. Toda essa atividade ocorre mais abaixo da superfície e alimenta o fluxo das águas residuais que fluem por cima, num enorme túnel de 48 quilômetros, ligado aos esgotos. Lá, a água tratada é limpa por meio de processos de filtração avançados e desinfetada com raios ultravioleta.

Uma parte da água residual é usada para fins industriais; a outra, é adicionada ao abastecimento de água potável nos reservatórios de Cingapura, onde vivem 5,7 milhões de pessoas.

Um círculo virtuoso que contrasta com a maioria dos outros países

A usina de reciclagem de águas residuais existe desde de 2023. Em 2060, espera-se que ela atenda até 55% da demanda futura desse recurso tão precioso.

De acordo com estimativas da ONU, 80% das águas residuais do mundo fluem de volta para o ecossistema sem qualquer tratamento. Por sua vez, a técnica usada em Cingapura contribui amplamente para a reversão da situação em que 1,8 bilhão de pessoas usam uma fonte de água potável contaminada com fezes, colocando-as em risco de contrair cólera, disenteria, febre tifóide e poliomielite.

Enquanto a maioria das nações esperam as crises ambientais chegarem para adotar medidas de combate com infraestruturas que requerem um tempo que não temos mais, Cingapura segue firme em direção à sustentabilidade da água e serve de exemplo ao mundo.

Fontes: Euro News | UOL

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