Dentre os diversos fatores que motivam essa obrigação conjunta de cuidar do planeta, está o buraco na camada de ozônio. Sua principal função é impedir que radiação solar em excesso penetre na atmosfera terrestre.
No entanto, com sua degradação, grande parte da radiação solar acaba penetrando em nosso planeta, causando aumento das temperaturas, derretimento das calotas polares e aumento no número de casos de câncer de pele, mais comum dentre os brasileiros.
No entanto, um estudo divulgado recentemente pela NASA (Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica, traduzindo para o português) constatou que o buraco na camada de ozônio está diminuindo de tamanho. Mas como isso é possível? Você descobrirá abaixo.
O papel do Protocolo de Montreal
Seguido por diversos países, o Protocolo de Montreal está em vigor de 1989 e tem como principal objetivo reduzir o uso de uma substância chamada clorofluorcarboneto ou simplesmente CFC, presente em diversos tipos de aerossóis e amplamente utilizado em países desenvolvidos.
Isso porque o CFC é capaz de chegar até a estratosfera, e quando interage com a radiação ultravioleta proveniente do sol, liberam átomos de cloro, capazes de destruir as moléculas de ozônio, principal proteção do planeta terra contra a radiação solar.
Dessa maneira, quando menor a quantidade de átomos de cloro liberados por meio da interação entre o CFC e a radiação solar, menor a agressão à camada de ozônio, e o estudo da NASA conseguiu comprovar essa premissa.
O estudo
Por meio de um dispositivo presente no satélite Aura, pesquisadores da NASA realizam a medição do buraco na camada de ozônio desde 2005, sempre durante o período de inverno no hemisfério sul, quando ocorre a formação do buraco, pois é nessa estação que ocorre a catalisação do ciclo de destruição do ozônio pelos raios ultravioletas.
Os resultados das observações foram divulgados na revista científica Geophysical Research Letters. A quantidade de cloro encontrado na Antártica, um dos locais em que são realizadas as medições, apresentou 20% de redução entre 2005, primeiro ano da medição, e 2016. Além disso, foi constatado que os níveis de cloro em todo o planeta diminuem cerca de 0,8% a cada ano.
Mesmo diante desses números animadores, é necessário ter em mente que isso não significa que todos podem relaxar quanto aos cuidados com a camada de ozônio, pelo contrário. Um dos motivos para a iniciativa ter dado resultados foi porque ocorreu ao nível de políticas públicas federais, cuja aplicação é mais certeira.
Quando falamos das atitudes individuais, a coisa se torna um pouco mais complicada, pois no Brasil o principal responsável por agredir a camada de ozônio são os carros por meio da queima de combustível fóssil, e não pelo CFC. No entanto, poucos estão dispostos a deixar seus carros na garagem e se locomoverem por meio do transporte público.
Além disso, serão necessárias décadas até que o buraco na camada de ozônio regrida a um tamanho aceitável ou, em uma perspectiva mais otimista, desapareça por completo.